quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Carta 10 A Roda da Fortuna (A Retribuição)

O que te dou, tu me dás. O que tiro, tu repões. O que te digo, tu me dizes, com tua infinita bondade e candura. O que sou, és para mim. O que vejo é o que vês. Sou exatamente a brandura de tua felicidade. A roda da fortuna gira trazendo o futuro. Os fatos se sucedem como os dias. A noite se segue ao crepúsculo e a manhã apaga as estrelas. Tudo se move no universo, nada está parado, tudo é mutável e circundante. Os rios correm para o mar, o mar gira no planeta, os ventos erguem as ondas, que se atiram contra a praia. És o oblíquo e o agudo, o efêmero e o permanente, a voz e o silêncio, o que dás e o que retribuis. Sucedem-se os dias, meses e anos, e estaremos sempre à beira do porvir. A felicidade é uma nuvem, um raio de sol, uma sombra, um fruto maduro. Um instante. O presente. Aqui e agora. Somente quando o futuro é presente, a felicidade retorna, pousa sobre a árvore do pensamento e canta novamente o seu canto. 

27/08/2015 - 18h35



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