domingo, 8 de março de 2015

Carta 13 A Morte (A Imortalidade)

A morte nos acolhe como uma irmã que deixamos ao nascer. Voltamos ao lugar de onde viemos, trazendo a colheita nas mãos, e a depositamos sobre o prato da balança imóvel contra a pena de Maat. Osíris vê a medida de nosso discernimento, e calcula nossos atos pelo que fomos. A balança oscila e nos mostra o peso de nossa vida. Os olhos de Maat se fecham sem ver o que colocamos. A vida termina após um longo percurso de tentativas e erros, quando não erraremos mais. Entramos na órbita divina, onde não há divisão entre os dias, nem entre o céu e a terra. E as estrelas pontuam nosso caminho até o Sol que se põe em nossa existência. É a última jornada, o adeus sereno ao que fomos, para navegar as águas tranquilas do Nilo. Tantos destinos se cruzam e todos são um só no final. Voltamos à irmã abandonada, que nos abraça, pois nunca nos esqueceu. 

8/03/2015 - 22h04




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