domingo, 20 de setembro de 2015

Carta 6 Os Enamorados (A Indecisão)

Se me amas, como devo amar-te? Na frescura de tuas entranhas, de onde secretam tuas fontes, teus risos e martírios, teu doce alvorecer, porque tudo em ti é belo e faço-me bela para teus olhos. Na alegria do teu riso, busco onde estás. Se não me vês, faço-me presente, pois estás em toda parte. Em qualquer lugar, te vejo como se ali estivesses. Ouço-te dentro de minha cabeça. Não duvido de ti nem por um segundo. Escolho ver-te, porque aqui estás. Escolho amar-te, porque és. Se demoro a voltar, não é por não te querer, mas para ficar mais tempo à tua espera. Como os dias não se repetem, não te repetes para mim. E faço-me nova para que me descubras a cada vez que me encontras. Afastemo-nos das armadilhas, das intrigas, dos falsos amigos. Eles não sabem de nós. Ponhamos as tentações de lado e cuidemos apenas do amor. O amor nunca falha. A liberdade de amar está nas escolhas que fazemos para não faltar a esse amor. Amo-te por não precisar de ti. Me amas porque não tens necessidade de mim. Apenas o amor nos dá o que precisamos um do outro. O que te dou é apenas teu e ninguém mais bebe da mesma fonte. A indecisão reside na culpa de não amar. Se não amo, não sei quem sou. Somente amo quando sou.

20/09/2015 - 21h41 


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